domingo, 25 de janeiro de 2009

Amarante





Amarante: árvore alta (Copaifera bracteata), da fam. das leguminosas, subfam. cesalpinioídea, nativa do Brasil (AMAZ) e das Guianas, de flores apétalas, com quatro sépalas e dez estames, vagem contendo uma semente [A madeira é compacta e avermelhada, e dela extrai-se óleo resinoso com propriedades medicinais.]; pau-roxo (Peltogyne lecointei).
(Todas as definições das flores e das plantas foram retiradas do Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa 1.0.)

Chamo-me dolor, assim, na pronúncia espanhola do sofrer, dor de cabelos que teimam contra o vento e olhos longos... Em dois patamares de vida, num livro de duas histórias, ao me narrar, um escritor gêmeo de romances, rabiscou com pesar: soledade, era seu nome... dolores de sonhos vãos, cismares perdidos que a levavam para uma ficção de vida a criar constantemente os dias reais, deixaram seus olhos atados com fitas lilases a outros céus, igualzinha à imagem de São Francisco de Assis ligada às chagas de Cristo crucificado com fitilhos vermelhos de sangue partilhado. Chamo-me amarante, o amor deixou-me amargas as mãos de acarinhar. Amarando olhos de saudade, violeta mar de sempre ir e amar de nunca ser. Amante sem ter, gerúndio sem particípio, amarei sem pressa as palavras dos meus dias, ante a aurora do fim de dedos de sol se indo. E depois que ele se for, serei consuelo de negros olhos de noite e espera, até que, enfim, a luz vazante de outra história sorva desses olhos o sonhar que resta.